terça-feira, 18 de novembro de 2008

Metamorfose

O tempo? Esse se esvai e passa por entres os dedos. Os outros? Que autoridade eu tenho para falar de quem eu não conheço os sentimentos?! As coisas? Que conhecimento eu tenho para falar sobre o que não tem sentimento? Pois, sendo assim, resta-me analisar o que? Ou a quem? Sim.a mim mesmo, a meu ser, ou, como diriam os mais “poéticos”: a minha pessoa.
Há quem diga, que somos estáticos sentimentalmente. Há ainda que diga, que nossas emoções não afloram de acordo com as ocasiões. Há que ache que somos única exclusivamente escravos do tempo. E há, quem simplesmente ache. Simplesmente não tenta assimilar, apenas vive como acha que é certo, como acha que deve ser. Eu particularmente penso, melhor ajo, ou melhor acho, assim.

Aqui, eu traçando uma linha cronológica mentalmente, confrontei-me com situações, as quais, me fizeram entender, que eu não estou aqui me definindo, estou aqui, me redefinindo. Não sou mais o mesmo que fui há cinco, dez, ou quinze anos atrás, não sou mais o mesmo que fui há uma mês atrás. Infelizmente.
Nos meus exercícios mentais, lembrei-me de todas a brincadeiras que fiz, de todas as alegrias e tudo, que da alguma forma me deixou feliz algum dia. Lembrei-me também, de todas as sensações boas,ou ruins que tive. Ah! Como era diferente a alegria de ganhar um brinquedo novo. Era uma sensação única, a qual, nunca mais viverei, um misto de felicidade por ter em suas mão o objeto de desejo dos seus sonhos, com a vontade de já usa-lo e o medo de poder quebra-lo.
Fui crescendo, e aos poucos o sentimento bom que acompanhava um brinquedo novo, passou a ser substituído, por um sentimento novo em minha vida naquele momento, o prazer de estar com uma guria entrelaçada pelos braços. A emoção do primeiro, do segundo, a de uma serie insaciável de beijos os quais provei em minha pré-adolescência, e na adolescência, era algo único também, uma sensação nova, algo que misturava paixão, com tesão, ou qualquer excitação momentânea.

Porém, redefinindo-me, é difícil encontrar sensações que levem-me ao êxtase, ou a um simples lapso de alegria momentâneo. O que, hoje em dia leva-me ás estrelas? (claro, que sempre há exceções) Porém, o que de fato me tira o fôlego?

Ganhar um aumento, ser promovido? Não, eu sinceramente não queria apelar para o trabalho. Mas fico aqui, imaginando, essa maldita linha cronológica não sai de minha mente. E eu defino, redefino, invento uma palavra nova e re-redefino. Enfim, chego a uma conclusão. A simples e única saída que me restou analisar, depois de um longo e pensativo momento de reflexão.Eu vivo hoje, o melhor momento da minha vida, pois além de estar experimentando todas as sensações mágicas que já vivi até hoje, em lembrança, porém experimentando, eu ainda posso sentir o abraço apertado de uma guria, posso brincar com meus amigos, posso até, gostar do meu trabalho. Descubro então, que de fato, não paramos de mudar. Somos o que de fato nos agrada, e levamos daqui, o que nos fez bem algum dia.

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