sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Um caso de amor

“Existem dias, que o melhor é nem sair de casa”. Roberto sempre pensava isso, quando seu dia não estava, por dizer assim, brilhante. As coisas davam errado muitas vezes na vida dele. Não que o Roberto fosse perfeccionista, mas de fato a vida dele não era um mar de rosas. Havia acabado de perder sua namorada, perdeu-a para um câncer. Nunca mais amaria, dizia ele.

Juliana era tímida, nunca havia se apaixonado por alguém, e muito menos ido para a cama com quem quer que fosse. Uma moça a la moda antiga. Não que a Juliana se orgulhasse muito, por ter 26 anos e ser virgem, mas havia jurado que sua primeira vez seria só por amor.

Acreditava, a Juliana, que como em um dos livros de Sheakspere que ela lera, um caso de amor de tirar o folego a teria como personagem principal. Ingenuidade a dela, diziam suas amigas, porém, Juliana sabia o que queria pra si.

Roberto pouco saía, era um pouco fiasquento demais, não que fosse de proposito, mas as vezes as coisas fugiam do controle. Não era fácil deixar de ser o atrapalhado que Roberto era. E em todas as festas que ia, além de não estar a vontade, a saudade de Luisa, sua ex, era enorme. Nunca mais amaria.

A vida de Ju andava um tanto monótona, e por mais inibida que fosse, ela adorava uma balada, porém, estava prestes a desistir. Sua intenção sempre fora a de encontrar uma alma gêmea, a outra metade do seu ser. Mas sua busca, até então, fora fracassada. As amigas diziam: - Ju, joga tudo pro alto, aproveita, por que a vida é só uma.
Irritada, Juliana dizia:- Eu que sei o que eu quero pra mim.

A vida prega peças, e nem todas são ruins. Em uma noite úmida, em pleno inverno, um amigo de Roberto praticamente o arrastou à inauguração de uma boate, que seria a mais “bombante” da região.

Juliana não esperava a hora de ir até a mais nova boate da região, ao lado de seu prédio, a noite prometia.

Fila, gente aglomerada, bonita e feliz. Isso tudo deixava Roberto “P” da vida. Não gostava de ver as pessoas se divertindo, ainda mais, depois de ter sua vida arruinada, como ele mesmo dizia. Estava quase em depressão o Roberto.

Juliana era a primeira da fila para entrar na nova boate. Estava pilhadíssima para conhecer o novo lugar, alguma coisa dizia a ela que estava para conhecer hoje o homem de sua vida.
Depois de muito ser encoxado, empurrado, xingado, e esculachado, o Roberto e conseguiu entrar na tal da boate, que tinha um nome um tanto quanto diferente: “Romeu e Julieta”.

Lá dentro, Roberto não achou nada demais, o lugar era bacaninha, e só isso, o que tirou a atenção de Roberto, foi uma jovem, que dançava enlouquecidamente na pista, era tão linda, alguma coisa naquela garota era especial.

A noite estava divertidíssima, Ju dançava enlouquecida na pista. A música era agradável, mas Ju tinha reparado em um rapaz, um tanto quanto triste que estava escorado no balcão. Sua cara era tão triste, mas ela havia achado algo de especial nele.

Quando, enfim, a moça dançarina resolveu sentar-se, Roberto tomou uma atitude, era preciso esquecer-se nem que fosse por uma só noite, da sua falecida mulher. Estava ali, sua chance, na moça dançarina. Levantou de onde estava sentada, andou a largos passos até onde a moça havia sentado-se. Quando lá chegou, mantinha na mão drink, que por algum motivo, o qual não o impressionava, ele tropeçou, e caiu sentado, o drink voou todo no colo da bela dançarina.

Roberto não continha a vergonha, havia feito um fiasco, mais um. Não era possível. Com que cara olharia para a garota? Como ficaria sua situação? O que ele faria da vida? Decidiu-se. Não olharia mais para a garota. Mal sabia ele, que fazendo isso, estava deixando o amor de sua vida ir embora.

Por sorte Juliana, que ficou desolada com o pobre rapaz estabacando-se ao solo, resolveu tomar a atitude. Ofereceu sua mão para que o rapaz, que ela havia achado tão interessante, pudesse se levantar.

Quando, depois de muita vergonha, e muito constrangimento, olharam-se nos olhos, tudo parou, os sons, a luzes, os cheiros, até a fala dos dois estagnou. Tudo foi para um terceiro plano, uma cena tipicamente hollywoodiana, onde estavam só os dois. Algo nos dois se completava, era como se o lugar que muito tempo passou cativo, esperando um espectador, agora estivesse ocupado, e muitíssimo bem ocupado.

Amor, depois de uma semana sem notícias, Ju não tinha certeza se era ou não o que ela havia sentido. Sabia que algo nela estava diferente, mas não tinha como afirmar, afinal nunca amara antes.

-Amor, só pode cara. Eu to amando de novo, Bruno. Minha ex nem esfriou no caixão e eu já estou amando outra- disse Roberto à seu amigo.
Roberto sabia que estava amando, mas queria um tempo pra si, para ter certeza de que era isso mesmo que ele queria. Tinha medo de estar errado, e acabar quebrando a cara.

Juliana, espera, ao lado do telefone, que estúpido, teima em não tocar. “Eu dei meu número pra ele.Ele tem que me ligar”. E eis que em um rompante ele toca mesmo. Juliana atende e infelizmente, é um operador de telemarketing, um maldito operador de telemarketing. “Que se explodam esses cretinos. Quero meu Ro”.

Roberto pegou o telefone na mão e decidiu, amava Juliana como nunca amara ninguém, era hora de ligar. Discou o número dela, porém, estava ocupado. “Deve ser algum outro homem interessado nela, acho que vou desistir”.

Juliana não aguentava mais a espera, resolveu sair para espairecer. Foi ao parque.Roberto não sabia mais o que fazer, resolveu espairecer. Foi ao parque.
Encontraram-se (por uma obra de Deus?), no parque, e ali, foram felizes. Daquele dia em diante, nunca mais um abandonaria o outro.

Depois, de seis meses, Ju deicidiu apresentar Roberto a seus pais. Algo que não foi, por assim dizer, interessante. Pois, os pais de Juliana, principalmente o PAI de Juliana, não gostou do Roberto. Disse que o rapaz era mal caráter e que só estava interessado no dote e na vergonha de Juliana. (chegamos aqui a uma parte ainda não descrita no texto, Juliana era muito rica, milionária. E Roberto, era uma pessoa humilde.)

BARRADO, essa foi a definição dada pelo pai de Juliana ao namoro dos dois. Juliana nem quis saber, e continuou a dar todo o amor de seu peito á Roberto. E Roberto, mesmo com medo, resolveu ser o par de Juliana.
O pai da moça não gostou da idéia, as coisas tinham que ser do jeito que ele queria. Avisou a Roberto em uma certa noite, pelo telefone:- Rapaz, aqui é o Figueira, pai da Juliana. Tu vais largar da minha filha, ou eu vou dar um jeito para que isso ocorra- disse ele
- Mas...mas..Seu Figueira, eu amo a sua filha.
- Amor é o caralho, tu quer o dinheiro dela. E isso eu não vou permitir.Com isso, o telefone foi desligado.

Roberto passou a viver com medo, resolveram fugir, ele e Ju. Trocou até de nome, renegou sua própria identidade, em nome do seu amor. Viviam o seu conto de fadas longe, muito longe para quase qualquer um, mas não para as mão vingativa do Seu Figueira. O homem descobriu onde eles estavam, e decidiu mandar um matador de aluguel.

O matador achou os dois, e a chacina foi completa. A notícia que Seu Figueira leu no jornal na manhã seguinte foi a seguinte:

Casal brasileiro morre em crime ainda sem razão
Os corpos de Juliana Figueira (26) e Roberto Silva (29), foram encontrados no hotel Palace, em Novo México. Os dados passados pelo delegado da cidade, Juan Mostardeiro, dão conta que o crime teria sido encomendado por algum mandante ainda desconhecido. O que se sabe, é que o bandido errou seu alvo, pois tentou acertar Roberto com um tiro no peito, porém, sua parceira, Juliana, tomou a frente de seu homem e o impediu de morrer. Em seguida, a segurança do hotel rendeu o homem, impedindo que Roberto fosse alvejado. Porém, o rapaz, estava desolado com a morte de sua amada, e atirou-se do 18° andar do prédio, tendo morte instantânea. O motivo do crime ainda é desconhecido, porém, o que se notou, é que Roberto amava muito sua Juliana
”.

Seu Figueira, pela primeira vez em décadas, chorou.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Efeito Inseticida

Certa feita, quando voltei no tempo, mentalmente, refleti, analisei os fatos e me encarreguei de pensar como uma terceira pessoa. Pensei, como se o eu, fosse outro, e como se o outro não fosse eu. Tamanha minha surpresa, depois de criar minha própria linha cronológica, uma linha que fosse traçada com todo o cuidado de quem faz uma cirurgia em si mesmo, correndo o risco de com um corte errado, acarretar desproporcionais danos e modificar toda uma história, e percebi, o quanto somos frágeis, o quanto uma escolha que julgamos equivocada em alguma ocasião passada, poderia ter-nos mudado a vida.
Assim, pus-me a interpretar se, em alguma hipótese remota, mesmo sendo um assunto batido, eu pudesse voltar no tempo, e me remetesse a alguma situação onde a vida pôs-me em frente a uma bifurcação cotidiana. Se, eu tivesse tomado o caminho da esquerda e não o da direita, onde eu poderia estar agora? Tudo poderia ter dado certo. Ou até mesmo tudo poderia ter dado errado.

Pensando assim, lembro-me da história que me contou o Tadeu, numa certa noite de Révellion. Estávamos sentados, a beira da praia, num barzinho qualquer. Tomando a nossa cervejinha. Dentro de 3 horas o ano novo estaria chegando. O Tadeu era um cara excepcional, com uma alma nobre, porém, suas histórias, eram um tanto quanto absurdas.
-Sabe, Ricardo- Me disse ele- Certo dia, eu estava em casa, e não lembro-me como, comecei a devanear em meus pensamentos, ali, sentado no meu sofá, pus-me a viajar, fui longe. Quando dei por mim, estava na minha cozinha, de pé, com a porta do refrigerador aberta.
-Tu é sonambulo Tadeu? - perguntei à ele.
- Não cara, deixa eu terminar. Estava la, com a geladeira aberta. Quando, de repente, sem nenhuma explicação lógica, fui sugado, sem a mínima chance de defesa, viajei por um túnel iluminado. Te juro, cara, que achei que estava morrendo.

Nessa parte, eu não me contive, o interrompi as gargalhadas.
- É sério, escuta só. De repente, eu estava há 10 anos atrás, no exato dia em que conheci a Lúcia. Me senti ridículo, com aquelas roupas feias, da década de oitenta. Mas de todo modo, eu estava ali, parado, a mesa daquele bar, tomando meu drink, quando vi ela, ali, dançando. Cara, tudo igual a como foi.
- Tadeu, tu está usando drogas cara?
- Já te falei, escuta. Vi ela ali, e tomei uma decisão. "Não vou estragar toda a minha vida de novo. (Mais uma vez eu o interrompi aos risos)- É cara, não quero filhos, não quer ter que sustentar uma casa, nem muito menos ter que dar explicação da minha vida pra ninguém.
- Tu não está falando sério né Tadeu? Tu sonhou?
- Espera. Eis que, eu deixei a Lúcia la, dançando, e outra pessoa se aproximou dela. Era o Elias, cara, o Elias, meu amigão. E a safada beijou ele. Não que eu estivesse espionando os dois, mas pude ver os dois saindo de mãos dadas de lá. Cara, ele levou ela embora. Ah não, entrei num taxi, e disse: "Motorista, siga aquele carro" (cena de filme). Tu não vai acreditar, Ricardo. Eles foram pra um motel. Cara, o que é isso. Me botei, pedi pro taxista entrar com o carro no motel. A recepcionista nos olhou meio desconfiada, mas deixou a gente entrar.

Nisso, o Tadeu parou de falar, e se perdeu em mais pensamentos, parou, pensou, refletiu e por fim falou: -Será que ela achou que a gente era veado? Puxa cara, nem tinha pensado nisso. Mas também, não vem ao caso agora. O certo, é que, dali onde eu estava, escondido atrás de uma folhagem, eu vi os dois, o Elias, aquele mau caráter e a Lúcia entrando no quarto do motel.

Eu estava ali, agora quieto, só ouvindo e vez que outra soltando gargalhadas.
- Bati na porta do quarto dos dois, ela me atendeu cara, de calcinha e sutiã, já era sem vergonha naquela época cara. Bom, eu disse que trabalhava no motel, e tinha ido la, por que ia fazer uma detetisação no quarto. Tá, eu sei que é tosco, mas foi a única coisa que eu pensei no momento. Os dois não acreditaram muito na minha história. Ficaram lá, me olhando, como se eu estivesse louco, imagina, eu louco? Nunca. Não queria sair, o Elias disse que se tivesse que ser envenenado, que fosse enquanto estava ali com a Lúcia, o desgraçado tentando agradar. Não resisti, contei tudo. Disse que eu era, e o que estava fazendo ali. Falei, que EU era o marido dela, e que o Elias era, mas só era meu amigo. Eles riram cara, riram de mim. Mais uma vez acharam que eu tava louco. Ai, eu tive que apelar.
-O que tu fez Tadeu?
- Contei tudo cara, o que eu sabia sobre a vida da Lúcia. Perguntei pra ela como eu saberia que ela não consegue dormir sem meias, se eu não a conhecesse. Como saberia que ela tem vontade de ter dois filhos, um com o nome de Luca, e outro de Carlo, como eu saberia que ela tem um sinal de nascença na virilha. Como eu saberia de tudo isso se não a conhecesse?-Ela ficou boquiaberta cara, e saiu correndo.

Depois de uns dois dias, eu fui atrás dela, na casa onde ela morava, ali, conversei com ela. Expliquei tudo e cara, ela me entendeu. Beijei ela muito, e ali, nos amamos, se é que tu me entende.
- Cara, me desculpa, mas não acredito nessa história- eu disse pra ele.
- Quando voltei a realidade, estava de novo no sofá, a Lúcia ali, de meu lado, e paralisada, como eu. Em um súbito, ela voltou ao normal. E me disse: "Tu não vai acreditar no sonho que eu tive".

Depois de ele ter me dito isso, as coisas mudaram de figura, então, eu perguntei pra ele:
- Cara, mas se tu disse que não queria estragar tua vida, por que fez isso?
A resposta dele foi impressionante:

- Ricardo, tu sabe que eu sou um grande amigo, não queria estragar a minha vida, mas também não ia deixar o Elias estragar a dele né.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Ins-piração

Ai, esse prefixo - que a bem da verdade acho que nem prefixo nao é, mas eu o coloco assim, por não me prestar a buscar outra maneira de explica-lo- enfim, esse inicio de palavra (melhorou?!) "ins", isso tem me faltado, mas sem dúvida nenhuma, essa semana me sobrou a piração. Talvez, o trocadilho que eu fiz aqui, só eu mesmo tenha entendido. Explicarei: faltou "ins", sobrou "piração", juntas elas formam a palavra??? INSPIRAÇÃO. Agora ficou fácil né?

Enfim, como ultimamente tem me faltado inspiração, eu decidi fazer o que muitos fazem, contar fatos da minha vida. E como ja lhes falei, essa semana foi louca:

Contarei dois fatos mais importantes que nela ocorreram:


Capítulo I

O aprendiz de jornalista, conhece a imprensa "manezinha"

Eis que eu, nessa promissora ascendência jornalística (piada), fui acompanhar os treinamentos do Avaí, time que está realizando sua pré-temporada em Gramado. E como faço parte da imprensa gramadense, fui, de certo modo, apresentado a imprensa catarinense, conheci comunicadores das rádios CBN e Guarujá, e jornalistas do Diário Catarinense, bem como o assessor de imprensa do Avaí. E tenho uma certeza na minha vida, alias, tenho duas, a primeira é que eu gosto de mulher (mas essa não vem ao caso agora) e a segunda, descoberta nesse dia, é que de fato é isso que eu quero pra mim, ser jornalista, se for esportivo, melhor ainda, mas quero fazer isso da minha vida.
Torçam por mim (se é que alguém lê essas bobagens que escrevo aqui, mas enfim,torçam por mim).


Capítulo II
Golaço pro Silas ver


Alguém lembra do Silas? Aquele cara que jogou em diversos clubes brasileiros, o maior deles foi o São Paulo. Jogou também no San Lorenzo de Almagro, na Argentina. Inclusive, caros amigos, defendeu a seleção brasileira em uma Copa do Mundo.
Pois bem, esse rapaz, agora é técnico do Avaí, e eu fui convidado a jogar em um time formado por membros da prefeitura de Gramado e imprensa, que realizaria um jogo contra a comissão técnica do Avaí.
Fui eu, de tênis de futsal, jogar no campo, onde a chuva bateu a tarde inteira, e contra um cara que jogou na seleção, e por mais que a idade tenha o alcançado, ainda deixa o ronaldinho no chinelo quando se trata de aspécto físico. Resultado, eu nao conseguia parar de pé, corria 10 metros e na hora de parar, ou era tombo, ou eu me equilibrava com a maxima habilidade possível.
Mas pasmem, fiz um gol, de calcanhar, tudo bem, que foi em um rebote, e que o goleiro estava quase caído, mas, para quem me conhece, e acima de tudo conhece o meu futebol, sabe que isso é lance de craque. Certo, que eu joguei mais ou menos uns 20 minutos e desisti, afinal, se eu quisesse brincar de deslisar, comprava um patins.
O jogo terminou 10x4 para o avaí, mas eu fiz o primeiro gol do nosso time, e de quebra vi um craque jogando.



To be continued....I hope