sexta-feira, 9 de julho de 2010

Perseu, o malvadão

Não é de hoje que se propõe uma reforma administrativa no gabinete dos deuses. Desde sempre houve quem contestasse a autoridade divina e houve margem para debates lógicos e até para guerras. Há muito, quando nem a Hebe não havia nascido, menos ainda Ana Maria Braga, existiu Perseu.
Perseu era um filho bastardo de Zeus, é o que dizem. Zeus, safadjeenho que era, resolveu que iria dar umazinha com a filha mortal do Rei de Argos, e assim fez. Entrou no palácio do Rei de Argos disfarçado de uma chuva dourada e deleitou-se nos braços da filha do rapaz.
Quando o Rei de Argos descobriu o feito, deu-se conta de uma profecia que havia sido contada, a qual dava conta de que seria morto pelo seu neto, então baniu tanto sua filha quanto seu “netinho” e colocou-os em uma caixa que atirou em alto mar, decerto pensando: “eu sou mau e vou matar o filho de Zeus, muahaha”. Sim, ele de fato tentou, mas não conseguiu.
Não conseguiu por que a caixa desembocou em uma navio do pescador Díctis, que o acolheu e criou Perseu como seu próprio filho. A mãe de Perseu morreu.
Outras versões do mesmo mito dizem que o a mãe de Perseu continuou viva e lá pelas tantas virou a paixãozinha do Rei de Serifo, irmão de Díctis. Aí o mito fica meio sem graça e eu prefiro desacreditá-lo, pois o que dizem é que casaram-se e em uma competição proposta pelo rei, Perseu ofereceu-se para dar-lhe de presente a cabeça da Medusa. Não gosto disso e contarei a outra versão do mito.
Perseu foi criado pescador, e lá pelas tantas resolveu que seria uma anarquista grego e loucão. Isso por que seu pai, o pescador Dictis, foi morto por Hades o deus do submundo, em um ataque de fúria. Perseu vestiu-se com as cuecas do pai e disse: “Vingar-me-ei de vós, deus perverso que em nada nos serve. Escravos não somos de vós, e portanto, não devemo-lhes admiração menos ainda adoração. Serei eu a quem Zeus e seus irmãos Hades e Posseidon derrotarei”. Falou isso. Era prepotente o rapaz e dizem até que dali surgiram os argentinos.
Depois de uma boa confusão, Hades resolveu que soltaria do submundo o Craken, um monstro de terror imensurável. E Perseu, machão que era disse: “eu mato o safado”, referindo-se ao Craken. Foi-se ele e mais uns amiguinhos.
A ideia era básica: cortemos a cabeça da medusa, que se esconde no submundo, lugar onde chegaremos subornando o mercenário do barqueiro que por uma moeda nos levará até a maldita. Depois que tivermos a cabeça da medusa, que com um simples olhar petrifica a qualquer um, a faremos dar uma 'secada' no Craken, que vira pedra e deixa de existir. E isso fizeram.
Reza e lenda que Perseu recebeu presentinhos dos Deuses, tal qual Jesus recebeu dos reis magos. Da Atena, ganhou um escudo polido, que de tão limpinho que era, refletia. Do próprio Hades, que decerto não sabia que iria que o rapazote iria acabar com a sua raça, deu-lhe um capacete mega psicodélico que o tornava invisível, tal qual tornou-se Kaká na Copa do Mundo. De Hermes, ele ganhou a famosa sandalhinha alada.
Dessa forma então, até que ganharia da medusa. Invisível, com um espelhinho, invisível e voando, penso que até eu venceria a medusa. Perseu usou o escudo para dessa forma não olhar diretamente nos olhos da Medusa, desapareceu e decapitou-a voando. Fácil.
Quando o craken apareceu, Perseu cumpriu o combinado e o petrificou. Assim terminou a história.
É bom que se diga que o babaca do Rei de Argos, que expulsou seu netinho de casa, de fato foi morto por ele, mas isso por que Hades pilhou o rei, que fora condenado a tornar-se uma aberração por Zeus, a matar o neto. Tentou e morreu. Pronto.
Depois disso tudo, Perseu que não queria ser deus e os desafiou, ficou amiguinho do Zeus, seu pai o que só fez por demonstrar que sim, os deuses comandam.
Não me admiro que Noé, Moisés e esses outros personagens mitológicos, aliás, bíblicos, eram inimigos de Deus. Não duvido que deus fez o que fez para desafia-los.
Assim continuamos até hoje, sendo desafiados a viver como imundos, e agindo dessa forma. Mata-se por descaso, rouba-se por necessidade. Que mundo é esse onde até jogadores de futebol, ricos, bem sucedidos e famosos, matam como se fossem traficantes colombianos, ou ditadores cubanos?
Pois bem, meu caro amigo, não se admire se algum deus, da Bíblia o da Grécia lá de cima desafiou Bruno a matar, e ele num acesso de Caim, e esquecendo Perseu, matou.

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