Assumo, sou um grande fã do futebol. Não é vergonha nem nada, eu gosto de futebol e isso me faz bem. Perco horas da minha semana acompanhado o meu time, e torço fervorosamente por ele mesmo que o jogo não valha um tostão furado. Isso é por que há paixão no futebol e eu apaixonei-me por ele desde a primeira vez que o vi.
Só que o
futebol é injusto. O futebol, como quase todo bom amante é um
safado que não nos é fiel por muito tempo, e isso não se explica
só quando o nosso time perde, explica-se também quando há um
envolvimento monetário em questão. O mundo do futebol de alto nível
engloba absurdos valores não só no Brasil, como em todo o resto
mundo. Recentemente houve – mais um – caso de manipulação
milionária de resultados na Itália, mas não é a isso que me
refiro.
As siglas
que giram em torno do Campeonato Brasileiro e de todos os times que
estão na elite do futebol nacional são astronômicas e isso, não
tenho dúvida, gera um belíssimo campeonato e disputas acirradas,
que só definirão seu campeão no final dos 90 minutos do último
jogo.
É
incrível que isso aconteça, afinal de contas o brasileiro é um
povo tão sofrido e que trabalha tão duro todos os dias, que merece
ter um campeonato digno, que o faça descontrair-se ao menos algumas
horinhas semanais. Acontece que agora eu toquei num ponto crucial e
que explica o por que o futebol é um safado: o dinheiro de um lado e
a labuta pesada do brasileiro de outro.
Vejo
campanhas engajadas em um melhor salário para os professores e
concordo com elas. Posso não concordar com a forma com são feitas,
ou como o CPERS, por exemplo, se manifesta, mas concordo com o
conteúdo de suas manifestações. Um professor precisa ganhar bem,
pois o futuro saudável de uma nação passa por ele, e isso, todos
sabem não vou eu ficar aqui batendo na mesma tecla.
Falemos
agora de uma contradição homérica do País em que vivemos.
Enquanto um jogador de futebol mediano ganha no mínimo 50 mil reais
mensais, o salário mínimo do Rio Grande do Sul, por exemplo, não
passa dos R$700 e o salário de um professor é de pouco menos do
dobro dessa quantia. É justo?
Não é justo e há uma contradição estrondosa por trás disso tudo, afinal de contas a grande maioria dos jogadores de futebol abandonam os estudos para ficar mais próxima do sonho de se tornar um profissional da bola. Entenda bem, não é demérito a ninguém largar os estudos e menos ainda tornar-se jogador de futebol, o que acontece é que o alto salário pago a um jogador e o ínfimo salário pago a um professor mostram o quanto a educação não vale nada em um País quase miserável.
Não é justo e há uma contradição estrondosa por trás disso tudo, afinal de contas a grande maioria dos jogadores de futebol abandonam os estudos para ficar mais próxima do sonho de se tornar um profissional da bola. Entenda bem, não é demérito a ninguém largar os estudos e menos ainda tornar-se jogador de futebol, o que acontece é que o alto salário pago a um jogador e o ínfimo salário pago a um professor mostram o quanto a educação não vale nada em um País quase miserável.
Isso tem
uma explicação política, é mais fácil manipular o voto de quem
não tem educação do que de um povo instruído. É mais fácil
encher o Brasil com ajudas de custo para auxiliar os menos
favorecidos a curto prazo, do que apostar em uma revolução
educacional futura e completa, que renovaria a maneira de pensar de
um País em desenvolvimento.
Acompanho
com pesar a mudança de uma juventude. Cada dia que passa deparo-me
com um maior número de analfabetos funcionais ou pessoas que
depredam a língua portuguesa sem qualquer cerimônia. Não os culpo
e espero que você também não os culpe. Quem nos deve explicações
de fato, é a República Federativa do Brasil que desde cedo nos
promete um destino fadado ao infortúnio, bem como promete um salário
irrisório aos encarregados de criar um mundo melhor, ou no mínimo
mais bem educado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário