terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Ausência

...e foi quando ele acordou. Ainda zonzo da noite anterior, transpirava de forma exagerada. O vazio da cama e o leve relevo dos lençóis ao seu lado, lhe atestavam que era real. Ela se fora, e apenas o cheiro doce, suave como uva verde inundava suas narinas e apoderava-se de suas entranhas, como dela ele se apoderara na noite anterior. Um cheiro, uma voz, um relevo, uma lágrima, uma lembrança. A transpiração volumosa veio junto à febre da ausência sentida.

3 comentários:

Michele Pupo disse...

Belo conto! Sintético, mas pleno de significados!

Ricardo Bertolucci Reginato disse...

Pois é. As vezes do mais sintético, extraímos um maior significado.
Valeu!

Marcio Nicolau disse...

imagino que ambos se deliciaram com o branco vinho de uvas verdes. Daí o cheiro, a transpiração, a tonteira, os lençóis, as entranhas. Será que tudo em exagero?

Na medida certa o texto!