Estou intrigado com a popularização que tomou o fim do mundo. Tornou-se banal comentar que o mundo está no fim, que em 2012 tudo terminará, como disseram os maias. Hollywood é uma verdadeira nascente apocalíptica. Hoje em dia é mais comum se falar no fim do mundo, que fazer filmes sobre a Guerra do Vietnã. Todo mês eu olho um filme novo que termina com o mundo, ou coloca as pessoas em uma era pós moderna, remetendo apenas à existência e sobrevivência.
Chega a ser cômico pensar que os rumores sobre o fim do mundo podem ser certos e a cada dia que passa me conforto mais com a idéia. Em outra ocasião propus que terminássemos mesmo com o mundo, para que ao menos a história pós-nós ao menos fizesse referência de uma geração sem qualidades. Ainda que questionado e repudiado com tal opinião, continuo pensando assim, o fim chegará, cedo ou tarde, nos resta apenas saber se estaremos no passado quando chegar, ou se seremos contemporâneos ao fato.
Deveras me intriga a possibilidade de uma realidade arrebatadora. Se o mundo acabar, ou se a raça humana impura, ignóbil e débil, acabar, dela restará farelos e vestígio, sem dúvidas, afinal de contas sempre ouvi falar no ditado: “vaso ruim não quebra” e esses poucos 'afortunados', se verão ante a um duelo vital, o qual citei no começo desse texto: a luta pela sobrevivência.
Se restarmos após um explosão, um meteoro, uma guerra, um sopro do lobo mal, que seja voltaremos aos primórdios, onde o homem era nada mais que um selvagem em busca de alimento, água, reprodução e sobrevivência. Se restaremos será só isso. O fim de uma era e o reinício, baseado na falta de tudo.
Final de semana olhei mais um dos filmes que olho sobre o fim, chamado “O Livro de Eli”. Olhei mais pelo ator, Denzel Washington, que pelo filme. Não li a sinopse, não fiz nada, simplesmente quando se tem esse negro na capa, pode acreditar que o filme é bom. Sem dúvida um dos melhores atores do cinema mundial.
Mas não vem ao caso, o que interessa é que olhei o filme e gostei. É um filme que fala sobre o fim dos tempos após uma guerra e o rompimento (esse já anunciado) da camada de ozônio, levando o que restou da humanidade ao caos. No filme, Eli (Denzel) é o guardião de um livro disputado por poderosos dos novos tempos. Segundo todos, o livro contem um segredo arrebatador e que ensinaria a humanidade como viver.
No desenrolar da trama o livro revela-se a Bíblia, de fato contendo um segredo para o recomeço, afinal de contas, todos sabemos que a Bíblia "criou" o mundo pela primeira vez e aqui já expus que não sou um defensor da religião nem da igreja, mas concordo com o fato de a Bíblia iniciar um novo ciclo quando o quase fim chegar.
Há o valor sentimental e puro da Bíblia, que qualquer livro de auto ajuda não tem e nele pode estar presente, pelo menos, uma nova maneira de se começar. Uma nova maneira de se viver e de respeitar. Não gosto de religião, mas respeito à Bíblia e penso em suas verdades (que não vejo como muitas), porém, se o mundo as ouvissem, os tempos seriam melhores, sem dúvidas.
Coube a Denzel Washington, no filme, ser o Noé do dilúvio, e recomeçar, porém, dessa vez em busca de outros valores.
Meu blog não é crítico de cinema e todos sabem. Porém, a pouca inspiração levou-me a falar sobre esse filme. Pensei em escrever sobre ele, após ouvir uma frase proferida pelo Eli (já sou intimo), durante uma cena.
Uma jovem que nascera já na nova era, quando mundo não era mais verde, e as pessoas se matavam e grande canastrões comandavam os oprimidos, ou seja, quando o mundo era quase igual a hoje em dia, porém, sem hamburges e coca-cola, perguntou a ele como era o mundo antes e ele respondeu: “as pessoas tinham tudo a mais do que precisavam”.
Entre outras coisas, essa frase me chamou atenção e resolvi fazer esse texto só para expô-la.
Mais uma vez a proferirei, como um mantra, como uma benção, como um ensinamento, prestem todos atenção, vocês, dois ou três leitores do meu blog, quem sabe criemos um novo mundo daqui pra frente:
“AS PESSOAS TEM TUDO A MAIS DO QUE PRECISAM”
2 comentários:
Essa afirmação feita por "Eli" é tão fato como a necessidade que o corpo físico tem de água e alimento. Só os mais leigos, alienados e perdidos, porque não assim dizer, é que não trazem como verdade essa frase. Acredito que estamos aqui para passarmos por todos esses problemas que temos. Estamos aqui para aprender. A "nova era" tão cogitada? Pra mim não passa de uma evolução prevista, onde quem cumpriu suas metas se elevará um nível, tanto quanto quem não as cumpriu voltará ao primórdio. Isso é muito mais fácil "saber", do que explicar em palavras - quem dirá em desenho.
Bom o texto, ah, antes que esqueça...duas pessoas já comentaram sobre o filme e disseram ser muito bom, coube a ti ser a terceira pessoa; ainda não o vi, porém quando lembrar com mérito aos 'comentaristas' que me instigaram a assisti-lo, farei com maior prazer.
Bom texto.
Por ai mesmo, Marcão.
Eu não tenho mais acreditado no bom e no ruim, mas ainda assim quero crer que há um julgamento no final, mas é claro que esse julgamento não é o que diz a Igreja, afinal de contas, é impossível crer que haja um Deus que julga sem perdão os que não o adoram e absolve os que cometem crimes e ao final de confessam. Em termos simples é mais ou menos isso. Ou como diria Saramago, um Deus que é temido e não adorado.
Há com certeza um futuro para nós, mas creio que longe da eclesia e perto da paz espiritual.
Quanto ao fim, sim ele é anunciado. Basta analisar os sinais não é.
Valeu pelo comentário, mais uma vez. Admito estar em falta com o vosso blog, mas me redimirei.
Quanto ao filme, vale a pena. Afinal de contas...é o Denzes Washinton.
suhshausauh
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