Ninguém trabalha no verão! Absolutamente ninguém trabalha no verão. Não que ninguém queira trabalhar no verão, é bom que se diga. Menos ainda que todos estejam de férias no verão. O que acontece é simples, porém, cabe cuidado ao inciar uma explicação, ou diria ainda, uma explanação sobre tal teoria.
Vamos aos fatos. Eis que o sol que no inverno brilha longe – quando brilha – no verão aparece como mais novo melhor amigo de todo e qualquer par de havaianas que encontra-se ali, escondido em meio aos tênis velhos e as sapatos para se usar em casamentos. As havaianas no inverno, perdem em adesão popular até para as pouco discretas botas de chuva. Pois bem, não desvirtuando ao assunto, chegamos, com essa explicação, à uma das causas do por que ninguém trabalha no verão: quem diabos pode ir trabalhar de havaianas? Há exceções e eu bem sei que algumas pessoas trabalham de havaianas, mas sendo sabedor também, que ninguém em um escritório pode trabalhar de havaianas, e de que todos (sem exceção nesse caso) querem trabalhar assim no verão, aí já são cerca de 25% de pessoas que não trabalham no verão. Motivo? A falta das havaianas.
Não vou me ater à vestimenta veranista para justificar a minha tese, pois ainda me caberiam dois ou três parágrafos falando das bermuda/saias, das regatas/blusinhas e ainda do chapéu de palha.
Chapéu de palha, aposto que algum gaiato teve tempo para dizer: “eu não uso chapéu de palha”. Óbvio que não usa chapéu de palha. Aliás, acho que ninguém usa chapéu de palha. Eu não uso chapéu de palha, nunca usei, exceto em uma festa de São João que não vem ao caso agora. Porém, os mais atentos devem entender que o chapéu de palha é alusivo à uma coisa em especial, e digo mais, não é simplesmente uma coisa, é A Coisa, e só digo “coisa”, na falta de uma português mais amplo, que pudesse me ajudar à descrevê-la como de fato ela merece. A Coisa em questão, trata: se da praia, ou alguém nunca ouviu: “eu tava de chapéu de palha, na praia tomando sol”? A Coisa é a praia, o ápice do verão.
Quem trabalha no verão, enfurnado em um escritório, amparado por papeis e mais papeis que nem de longe lembram as dunas, de praias que pouco me importa se são Arroio do Sal ou Curumim? São praias.
Quem é o obcecado pela desgraça que rende alguma coisa abaixo de 35 graus célcios, quando esse mesmo sol que lhe ofusca a vista, vai estar lá em Marambaia, queimando o nariz dos poucos afortunados que já estão lá, degustando o inferninho (do bem), que o verão proporciona?
E Santa Catarina então? Chego a rir da possibilidade de alguém, por mais concentrado que seja, digitando freneticamente em seu computador, ou tentando arrumar a impressora que só fala em espanhol, quando poderia estar logo ali, há uns 400 quilômetros gastando suas energias na subida do Caminho do Rei, na Praia do Rosa, ou ainda testando o seu portuñol na Praia de Ferrugem?
Ninguém trabalha no verão, por causa das havaianas e da praia. Mais das havaianas que da praia, por único motivo em especial; as havaianas também lembram a praia. Portanto, aqui temos o chapéu de palha, na praia tomando sol, e de havaianas, por que ninguém que esteja na praia tomando sol de chapéu de palha, vai estar sem havaianas, isso é óbvio.
No verão ninguém trabalha, e mesmo na primavera, quando a temperatura começa a oscilar entre os 25 e 30 graus célcios, já começamos a parar de trabalhar, ou ainda de raciocinar, vide a baixa qualidade do texto que no instante acabo de escrever, e o senhor/a acaba de ler.
3 comentários:
Ai amor, pra que me deixar na tentação? Eu quero verããão.. e férias do trabalho, mas principalmente da escola. Que vontade de ir pra beira do mar, no torrão do sol com uma havaianas no pé :( uaheuahe
Adorei teu texto, meu lindo. Meu escritor preferido ta cada dia melhor. (não te acha) Te amoooo!
Pois é, eu sou uma excessão então. Eu trabalho, muito. E o pior, assim vai ser por todo o verão. E o ar condicionado nem pra me fazer sentir um arzinho de Arroio Teixeira...
Dona Lara Amaral (Mônica): A sra mal e mal começou a trabalhar e já quer férias? Vou te contar uma coisa.
Sr Cristian Schnidger (Gló): O senhor é uma exceção em quase todos os assuntos, portanto, foge à regra e vosso exemplo não se aplica a um texto qualquer. Caberia, para explicá-lo, um texto completo, coisa que uma hora quiça até farei.
Agradeço a ambos pelos comentários, espero continuar tendo um júri tão especial em meu blogzinho, e de pessoas que eu tanto amo.
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