terça-feira, 4 de novembro de 2008

A Fala Futebolística e o Jogo Politico

Frases feitas, é essa a melhor definição dadas á um conjunto de palavras que já nos soa como um chavão, aquelas frases repetitivas, que ninguém mais nem presta atenção, apenas escuta, fingindo assimilar, quando realmente não ouviu sequer uma conjugação verbal. Quer saber dois lugares onde ás encontramos sem qualquer dificuldade? Pois sim, pasmem caros amigos, e jogue a primeira pedra quem nunca ouviu a frase relatada á seguir: “Pois é, a gente fez tudo o que o professor pediu, o time procurou marcar bem e sair pro jogo, infelizmente tomamos um gol bobo, mas vamos procurar melhorar e reverter isso ai no segundo tempo”. E agora então, jogue a segunda pedra, ou a primeira, caso não tenha jogado a pedra de antes, quem nunca ouviu esse maldita frase: “Prometo, caros amigos, que a segurança, será aumentada em nosso estado, a saúde será exemplo para o país, e as crianças terão estudos decentes”.

Não seria incoerência minha, dizer que os principais formadores de frases feitas, são os jogadores de futebol, e os políticos brasileiros. Pois, tanto em uma entrevista realizada a beira do gramado, quanto em um comício feito em pleno ano de eleições, é um festival de deja’vus, é aquela coisa do já te vi ontem, ou melhor, já te ouvi ontem, torna-se além de repetitivo, chato, e maçante para quem tenta ou se arrisca a sequer prestar atenção no que os protagonistas principais estão falando.

Mas enganou-se aquele que pensou que param por ai as semelhanças lingüísticas entre os futebolistas, e os congressistas e parlamentares, não, elas acabaram de começar. Inclusive, é difícil de entender, a diferença entre uma CPI, ou um gramado onde esta sendo travada uma ferrenha “batalha” entre dois times de futebol. Pois bem, prestem atenção nas comparações: Primeiro tempo de jogo, a bola é disputada acirradamente entre os rivais, porém, um deles entra cometendo falta violenta no segundo. Os gritos da torcida, e dos jogadores em campo, são iguais, ou até um pouco mais educados, do que os gritos dados pelos parlamentares quando vem á tona que seu nome está envolvido em um escândalo. È um xingamento de mãe convulso, um descaso total com uma serie de familiares dos adversários, sejam eles políticos, ou jogadores.

Semelhanças verbais entre políticos e boleiros podem até não ser do mesmo raciocínio, muito menos da mesma eficácia, pois obviamente, que palavras ditas por um político, mesmo sendo ele sem credibilidade nenhuma, é melhor ouvida do que palavras ditas por quem teoricamente não tem instrução lingüística alguma, porém, comparando-as em gênero, número e grau, ambas representam as mesma bobagens ditas, reditas, lidas e relidas milhares de vezes.Mas não é só de bobagens que são feitos políticos e jogadores, as semelhanças entre ambos ainda estabelece mais um conceito, os esquemas. Não é difícil associar estratégias traçadas por um técnico a beira do gramado, gritando, esbravejando e comandando seu "exército", com sinais e esquemas táticos, á políticos e seus consultores, uma vez que esses também são os responsáveis pela estratégia política, mas essa, não montada em campo, sim uma estratégia de marketing, e de propaganda.

O futebol pode sim ser a atração nacional, e a política pode ser alvo de xingamentos constantes, porém, é ali, nas entrelinhas, nos vestiários do português que os dois se encontram e trocam figurinhas, ou melhor, trocam verbos, advérbios, e pronomes.

3 comentários:

Cristian Schnidger disse...

bah, baita texto!

Aquele último parágrafo ali, é matador! hehe...

Grande abraço, e bem vindo ao mundo blogueiro meu amigo!

Ricardo Bertolucci Reginato disse...

valeeeu cristian!!

espero entender-me tão bem com esse novo esperimento, quanto o senhor

ASObr Admin disse...

Mas ahhhh bixú veio... tah mt massa...toda hora entro pra ler algo a respeito...continua postando ai...

valeeu!