Tatcher era política e a política, como sabemos, é deveras rancorosa e despudorada. Na política é natural que se faça mais inimigos do que amigos, e são eles, os inimigos que dão o ritmo dos tambores sociais que tocarão durante uma campanha, embalando uma eleição, afinal de contas, são eles, os inimigos que nada mais tem a fazer a não ser acusar, com ou sem razão, é bom que se diga.
O que se sabe é que a frase da Dama de Ferro é estupenda para se dizer o mínimo, por que é justamente o que acontece com qualquer inimizade política. Eu gostaria de ser inimigo político de alguém, por que é fácil. É fácil por que as pessoas, talvez por uma necessidade natural, nunca estão contentes, e aí o tal do inimigo político apenas dá uma reforçada na insatisfação comum.
Quer um exemplo sem qualquer floreio? Um governante dinamiza o turismo, através de iniciativas variadas. Todos lucram, mas sentem-se satisfeitos? Claro que não, por que a lâmpada na frente da sua casa está queimada há mais de dois meses e ninguém a troca. Aí pronto, não mais há voto e menos ainda satisfação para com aquele governante.
Tenho notado que agora, nas vésperas das campanhas políticas, o oportunismo ganha corpo de forma descarada, e isso não é exclusivo em Gramado, e sim em todo o Brasil. Blogs, sites, colunas, rádios...há uma infinidade de espaço para se falar mal do que já se fez e tão pouco espaço destinado ao que está bom.
É fazendo essa análise que desencadeei nesses primeiros parágrafos que chego a uma questão crucial: não seria pouco moral um jornalista, no exercício de sua função pública que é a de fazer a notícia chegar até o leitor – e não sendo esse jornalista um assessor de imprensa – estar presente na alta cúpula de um partido político? Não perde credibilidade um a informação de um jornalista que sabidamente faz parte de um partido, principalmente quando esse mesmo jornalista apenas acusa e fala mal de um trabalho feito quando é sabido seu interesse oposicionista?
Me parece que sim, e em Gramado, se virem alguns governantes andando sobre as águas do Lago Joaquina Rita Bier, dirão que é por que ele não sabe nadar, ou por que há restos da estrutura do maior evento natalino do Brasil e que gera lucro para 90% dos moradores locais, espalhados nas margens do mesmo.
É meu amigo, talvez não prestar atenção nos detalhes me faça ver que num todo Gramado segue evoluindo constantemente e mesmo que a lâmpada da frente da minha casa não esteja acesa, eu consigo perceber que há muito mais em uma cidade do que o meu próprio umbigo.