Meu pai sempre diz, e eu sei que não é só ele o único pai que diz isso, pois ele mesmo já me informou que meu avô já falava, a seguinte frase: “um homem só é um homem e pode morrer depois de fazer três coisas: plantar uma árvore, escrever um livro e por último ter um filho”.
Eu penso nisso. É algo que me marcou, ainda que sem uma razão definida. E devo dizer que não havia me mobilizado em torno de nenhuma das três realizações pessoais. Não havia pensado nisso até agora, pois decidi mudar de vez com essa rotina. Vou plantar uma árvore, e já tenho até o livro em mente. O filho, fora um outro susto, espero para daqui a uns bons anos (não se preocupe Francielle).
Ainda sobre o meu pai, certo dia eu estava com ele, passando pelo Parque Marinha do Brasil, em Porto Alegre, quando ele enfaticamente me contava, quase com lágrimas nos olhos: “meu filho, meu pai sempre dizia que um homem só é um homem...(história da árvore, o livro e o filho). Pois bem, filhos, como se nota, eu já tenho, ainda não escrevi um livro, mas a árvore eu plantei aqui. Tu pode ver que bem aqui, plantei um salso-chorão, há pouco tempo e.... CARALHO, roubaram meu salso-chorão”. Sim, foi trágico. As lágrimas encheram os olhos do meu pai. Um homem forte, desabou.
Claro que me utilizo da “licença poética”, pois na verdade meu pai nem fez uma cena tão dramática assim. A bem da verdade ele reagiu da seguinte forma: “puta que pariu, quem foram os filhos da puta que roubaram essa merda?”. E ficou um tanto quanto nervoso. Mas foi só. Sem choro, sem lágrimas e sem drama. Mas as história aconteceu.
Esse episódio vem ilustrar uma vontade que tenho, a qual manifestei no início dessa crônica; gostaria sim de fazer um livro. A ideia já está no forno, e algumas linhas já estão no papel. A árvore devo plantar dentro em breve e o filho...bem, o filho esperemos mais uns 15 ou 20 anos.