Comentaram que em determinado momento da existência neandertal, houve sexo. Mas não sexozinho, não umazinha qualquer. Houve sexo com homo sapiens. Sim, meu companheiro, homo sapiens para quem não sabe, somos nós. Nossa raça, é bom que se diga, não nós, por que pelo menos em mim nenhum neandertal pôs a mão, mas nos nossos antepassados.
Depois de estudos biológicos realizados com base nessa teoria (a da trepada dos sapiens com os neandertais), cientistas comprovaram que os genes neadertais foram encontrados na mitocôndria das células embrionárias do feto surgido após a relação, o que me parece que comprova que os neandertais macho deleitaram-se nos braços macios das homo sapiens. Ou seja, a força bruta era um fator irresistível naquela época, há 40 mil anos. Ou isso, ou as sapiens foram estupradas.
Para quem não sabe, os neandertais eram uma espécie paralela ao homo sapiens. Teoricamente a espécie mais parecida com nós de hoje que já surgiu no solo terrestre, além de nós mesmos, é claro. Os neandertais, porém, foram exterminados da face de Terra, e chego a pensar que em uma represália dos homo sapiens macho que viram suas guampas crescendo após suas fêmeas deitarem-se com os grandalhões.
O que vem ao caso é que os genes neandertais possivelmente seguem em nosso organismo, o que vem explicar muitas de nossas atitudes. Quem de nós nunca agiu como um bruto? Mesmo os mais racionais agem feito brutos. Mesmo os mais cultos já agiram como brutos. Poetas, cantores, pintores; todos já tiveram seus ataques de brutalidade. Todos já fomos neandertais.
Algumas situações exigem que sejamos sábios, e como diz o nome, usemos da sapiência, porém, vez que outra é involuntário, nossos genes neandertais falam mais altos, e agimos feito bichos, atiramo-nos à selva, como se o instinto sobressaísse-se ao raciocínio.
Não andamos por aí com pedaços de pau na mão, menos ainda arrastando nossas mulheres pelos cabelos, mas tenho notado alguns acessos de brutalidade em um lugar onde me apetece muito. Os gramados dos campos de futebol dos dois times do Rio Grande do Sul.
Depois do duelo impressionante travado pelo vistoso e célebre time dos meninos da Vila, jogando como homo sapiens que são, e terem vencido um primeiro tempo no qual o Grêmio comportou-se como homo sapiens também. O Grêmio entrou na roda e quem dançou foi o Santos. O segundo tempo mostrou-se diferente e o Grêmio portou-se como neandertal que é e tratou o Santos como a fêmea homo sapiens estuprada. O time da Azenha teve seu acesso de brutalidade e maltratou o Santos. Fez quatro gols como quem brinca e mostrou que aqui no sul, o futebol serelepe e sapiente fica só na teoria.
O Inter também faz das suas e mostrou ao Goiás que no sul os neandertais dominam e comandam viradas dignas dos genes que possuímos.
Espero que dentro da próxima semana, mostremos mais uma vez o quão brutos somos e o quão os outros times devem ter medo de nós gaúchos. Não tenho certeza se conquistaremos fêmeas inteligentes na base do grito, como fizeram nossos antepassados, porém, é notório, que Santos, Goiás, Avaí, Fluminense, e Banfield, já nos vêem como estupradores neandertais.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
terça-feira, 11 de maio de 2010
O peito direito do Cerezo
O Cerezo começou na academia por que queria ser forte. É natural que o Cerezo quisesse ficar forte, afinal sempre fora magricelo e os magricelos sempre querem ser fortes em algum dia das suas vidas. Empenhou-se o Cerezo, comprou suplementos, foi regularmente à academia, todos os dias, absolutamente todos os dias da semana, sem excetuar finais de semana.
Fazia chuva, fazia sol, e lá estava o Cerezo, suando tal qual um porco defumado, malhando euforicamente, como se amanhã ou depois o mundo fosse terminar, e ele morrer magricelo. Ninguém parava o Cerezo. As anilhas eram escassas para tamanha força muscular e de vontade que o Cerezo estava adquirindo.
Estava ficando fortinho.
Eis que um dia aconteceu. Foi numa conversa de maromba, corriqueira na academia, onde todos analisavam-se diante do espelho, que o Cerezo descobriu. Quem revelou foi o Tonhão:
-O lado direito do peito do Cerezo é maior que o esquerdo. Que engraçado! Tu tem escoliose Cerezo?
NÃO!, Cerezo não tinha escoliose, era apenas, torto. Todos riram,e riram efusivamente da desgraça do Cerezo, que acabara de ganhar um novo apelido que ilustraria dali pra frente seus piores pesadelos, suas maiores aflições, suas mais temíveis angústias, e o pior, dali pra frente, seria parte do seu cotidiano.
- Mo-no-te-ta! O Cerezo agora é o monoteta – disse o Toledo, em meio as gargalhadas da turma.
Trocou de academia o Cerezo, porém, a fama havia se espalhado, todos sabiam, e o papo era sempre o mesmo quando ele cruzava a porta de qualquer academia: “lá vem o Cerezo, antigo magricelo e agora monoteta”.
Eram cruéis as pessoas, aliás, como todas as pessoas são. Todas são cruéis, e com o Cerezo eram ainda piores. Cerezo teve de desistir da academia. Abandonou a vida da maromba e entrou para a faculdade de letras, onde recebeu um novo apelido, dessa vez melhor elaborado e criado pela pior espécie de gente má que pode existir, estudantes de letras.
Aleijado mastológico, era o apelido. E aí sim o Cerezo doeu-se.
Cancelou os estudos e resolveu que entraria para a Igreja. Virou evangélico, e quando os irmãos viram sua anomalia, o encaminharam logo para o descarrego. Não era possível que aquilo fosse natural. O Cerezo era uma aberração e o provável era que ele carregasse o capeta consigo.
Ali também o Cerezo não se adaptou. Afinal, mesmo que não tivesse ganho nenhum novo apelido, ser exorcizado não fazia parte da lista de afazeres que Cerezo pretendia desenvolver antes de morrer. Saiu da Igreja.
E foi um dia, como que quando o destino lhe casou um desatino (e o joguinho de palavras??), que Cerezo cruzou na rua por Betina. Ela era linda, divina, lustrosa, reluzente, serelepe. Deslizava por sobre a calçada da rua como se flutuasse messiânicamente.
Betina tinha um seio maior do que o outro. Bem maior. O peito esquerdo.
Casaram-se os dois.
Tiveram uma vida feliz como nunca, amaram-se loucamente, a libido dos dois era instigante e insaciável.
Apenas terminaram quando a idade foi lhes abatendo e o Cerezo não pode mais apelar para posições sexuais arrojadas, cheias de movimentos, e teve de deleitar-se apenas com um papai e mamãe. E aí sim estava o problema. Assim que o peito esquerdo da Betina encontrava o peito direito do Cerezo, a genitália do rapaz fazia-se de curto alcance.
Quando botou Cerezo pra for de casa, Betina esbravejava aos gritos:
-Só a cabecinha não quero mais. Só a cabecinha não quero mais!
Fazia chuva, fazia sol, e lá estava o Cerezo, suando tal qual um porco defumado, malhando euforicamente, como se amanhã ou depois o mundo fosse terminar, e ele morrer magricelo. Ninguém parava o Cerezo. As anilhas eram escassas para tamanha força muscular e de vontade que o Cerezo estava adquirindo.
Estava ficando fortinho.
Eis que um dia aconteceu. Foi numa conversa de maromba, corriqueira na academia, onde todos analisavam-se diante do espelho, que o Cerezo descobriu. Quem revelou foi o Tonhão:
-O lado direito do peito do Cerezo é maior que o esquerdo. Que engraçado! Tu tem escoliose Cerezo?
NÃO!, Cerezo não tinha escoliose, era apenas, torto. Todos riram,e riram efusivamente da desgraça do Cerezo, que acabara de ganhar um novo apelido que ilustraria dali pra frente seus piores pesadelos, suas maiores aflições, suas mais temíveis angústias, e o pior, dali pra frente, seria parte do seu cotidiano.
- Mo-no-te-ta! O Cerezo agora é o monoteta – disse o Toledo, em meio as gargalhadas da turma.
Trocou de academia o Cerezo, porém, a fama havia se espalhado, todos sabiam, e o papo era sempre o mesmo quando ele cruzava a porta de qualquer academia: “lá vem o Cerezo, antigo magricelo e agora monoteta”.
Eram cruéis as pessoas, aliás, como todas as pessoas são. Todas são cruéis, e com o Cerezo eram ainda piores. Cerezo teve de desistir da academia. Abandonou a vida da maromba e entrou para a faculdade de letras, onde recebeu um novo apelido, dessa vez melhor elaborado e criado pela pior espécie de gente má que pode existir, estudantes de letras.
Aleijado mastológico, era o apelido. E aí sim o Cerezo doeu-se.
Cancelou os estudos e resolveu que entraria para a Igreja. Virou evangélico, e quando os irmãos viram sua anomalia, o encaminharam logo para o descarrego. Não era possível que aquilo fosse natural. O Cerezo era uma aberração e o provável era que ele carregasse o capeta consigo.
Ali também o Cerezo não se adaptou. Afinal, mesmo que não tivesse ganho nenhum novo apelido, ser exorcizado não fazia parte da lista de afazeres que Cerezo pretendia desenvolver antes de morrer. Saiu da Igreja.
E foi um dia, como que quando o destino lhe casou um desatino (e o joguinho de palavras??), que Cerezo cruzou na rua por Betina. Ela era linda, divina, lustrosa, reluzente, serelepe. Deslizava por sobre a calçada da rua como se flutuasse messiânicamente.
Betina tinha um seio maior do que o outro. Bem maior. O peito esquerdo.
Casaram-se os dois.
Tiveram uma vida feliz como nunca, amaram-se loucamente, a libido dos dois era instigante e insaciável.
Apenas terminaram quando a idade foi lhes abatendo e o Cerezo não pode mais apelar para posições sexuais arrojadas, cheias de movimentos, e teve de deleitar-se apenas com um papai e mamãe. E aí sim estava o problema. Assim que o peito esquerdo da Betina encontrava o peito direito do Cerezo, a genitália do rapaz fazia-se de curto alcance.
Quando botou Cerezo pra for de casa, Betina esbravejava aos gritos:
-Só a cabecinha não quero mais. Só a cabecinha não quero mais!
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