Parte dois
A aspereza de uma relação inóspita e agressiva que tinham na cama, não condizia com o cotidiano de flores e romantismo que o mais novo e cobiçado casal da empresa mantinha além das quatro paredes e após uma noite de luxúria libidinosa.
Armando era um conquistador que fora conquistado. Isso era tão inegável que nem o próprio conseguia negar.
- Tu ta apaixonado, Armando! - declarava o Eliseu quando passava pela sala do colega de trabalho e o via com a mesma cara de paisagem que já lhe estampava a face há algumas semanas, observando a tela do computador, na qual Eliseu sabia estar a foto de Alessandra. Eliseu sabia, todos sabiam. Alessandra ocupava o pensamento de Armando 24 horas por dia.
- Oi?! Pois não – respondia o sobressaltado Armando, após voltar a realidade, embora soubesse que a sua realidade naquele momento era morena, tinha a pele macia e tinha as coxas mais coxas que o Armando já vira. Atendia também pelo nome de Alessandra.
O Armando mordera a isca a Alessandra sabia disso. O infeliz sofreria na mão dela, esse era o objetivo. A paixão que despertara no pobre homem tinha uma finalidade. Ou melhor há tempos teve seu princípio, agora estava em seu meio, e muito em breve chegaria ao seu final. “Ou isso, ou não me chamo, Maria Helena Santana”, dizia ela em pensamento.
O que trama Alessandra, aliás, o nome nem é Alessandra e sim Maria Helena. O que trama Maria Helena? E por que diz se chamar Alessandra? Que fim aguarda o pobre a putanheiro Armando?
Descubra em breve, no próximo episódio de: “A Fogosa Alessandra”.
segunda-feira, 29 de março de 2010
segunda-feira, 22 de março de 2010
A fogosa Alessandra
...quando se encontravam havia sempre um olhar despudorado, carnal. Era como se despertasse em cada um dos dois o erotismo americano. Como se acendesse nos interior deles a chama do sexo sádico.
“O ápice da vida de um homem é satisfazer-se com uma só mulher. Enquanto eu não acho essa mulher, sigo com outras e vivendo a instabilidade de uma vida masculina”, era o que dizia o Armando sempre que alguém perguntasse se ele não pensava em constituir família. “Não é possível que eu tenha de privar as outras mulheres de um talento que tenho. Seria muito egoísmo de minha parte, prefiro ser um altruísta”, ainda completava.
De fato Armando vivia a forra com diversos tipos de mulheres. Em sua cama era um festival de fios de cabelo; loiro, preto, castanho claro, castanho escuro, ruivo, vermelho, diziam que até madeixas de cor lilás se abateram sobre o lençol branco do rapaz, ao que ele apenas respondia: “essas emos, nunca mais!”.
Armando tinha um vida desregrada, mas ainda assim era um exemplo de virilidade e boa conduta. Não deixava um amigo na mão e ainda bradava, “se não der mais conta da tua mulher, manda pra mim que eu trato bem”. E fizera questão de ajudar um punhado de amigos cujas mulheres se diziam insatisfeitas. Dizia sempre que o remédio que ele tinha para problemas conjugais era tiro e queda, mais tiro do que queda, ou vice-versa.
Acontece que em uma ocasião alheia à qualquer outra, apareceu um anjo em sua vida. Morena, pele macia, as coxas mais coxas que o Armando tinha visto (e não foram poucas que ele vira). Tudo nela era alvo do tesão mais obsceno que Armando experimentara na vida.
Alessandra era o nome. A-les-san-dra, ele pronunciava devagar, sempre que ela resolvia dar o ar de sua graça. Saboreava cada vogal, cada consoante, cada sílaba, que aquele nome possuía. Até o nome era gostoso de se sentir. Sentia-se tentado. Alessandra era uma espécie de bibelô viciante que Armando tinha adquirido.
Alessandra era a nova relações públicas de empresa e fazia questão de mostrar o quanto era articulada, e o quando seu cargo combinava com ela. Mostrava-se suave no trato com todos, mas principalmente com os homens. Parecia conhecê-los como a palma da mão. Encantava como fosse uma feiticeira. Uma encantadora de homens. Todos diziam: “Alessandra é mulher como não se faz mais”.
Alessandra era mulher como não se fazia mais, de fato. Tinha um “quê” especial, a Alessandra. Quiçá fosse a personalidade forte, aguçada. Mas poucos sabiam que Alessandra estava ali com um simples objetivo, destruir a vida do Armando. Involuntariamente, claro, mas era esse seu destino.
Armando sabia que estava apaixonado, e Alessandra sabia que ele estava apaixonado. Resolveu então mostrar pra ele tudo o que ele precisava saber.
Antes que Alessandra pudesse pensar em alguma atitude, o primeiro bilhete chegou, entregue pelo office boy:
Tudo em ti me fascina. És o sol que está a iluminar minha semana sombria.
Ass: A
Os bilhetes foram chegando diariamente, e Alessandra já descobrira quem era o autor dos feitos.
Certo dia, Alessandra apareceu com seu andar serelepe e o jeitinho fascinante na sala de Armando, que era o gerente de RH da empresa. Olhou-o nos olhos e disse:
-Eu sei.
-Sabe o que?
- O que tu quer comigo.
- Sabe?
- Sim, quer só me comer.
- O que é isso, dona Alessandra.
- Admita. Tu olha pra mim, e pensa em sexo.
- Eu não admito que fale assim comigo.
- Não, admite? Pois agora eu quero que me coma.
- Não farei isso... está bem, eu como.
- Come mesmo?
- Como.
- Viu?! Falei que tu só queria me comer.
- Mas eu não quero. Ia comer só por que tu tava pedindo.
-Ah sim, agora eu sou oferecida.
-Não é isso. Mas tu pediu.
Alessandra pulou no colo de Armando e ali os dois se amaram, fervorosa e alucinantemente. Desde aquele dia, quando se encontravam havia sempre um olhar despudorado, carnal. Era como se despertasse em cada um dos dois o erotismo americano. Como se acendesse nos interior deles a chama do sexo sádico.
Continua...
“O ápice da vida de um homem é satisfazer-se com uma só mulher. Enquanto eu não acho essa mulher, sigo com outras e vivendo a instabilidade de uma vida masculina”, era o que dizia o Armando sempre que alguém perguntasse se ele não pensava em constituir família. “Não é possível que eu tenha de privar as outras mulheres de um talento que tenho. Seria muito egoísmo de minha parte, prefiro ser um altruísta”, ainda completava.
De fato Armando vivia a forra com diversos tipos de mulheres. Em sua cama era um festival de fios de cabelo; loiro, preto, castanho claro, castanho escuro, ruivo, vermelho, diziam que até madeixas de cor lilás se abateram sobre o lençol branco do rapaz, ao que ele apenas respondia: “essas emos, nunca mais!”.
Armando tinha um vida desregrada, mas ainda assim era um exemplo de virilidade e boa conduta. Não deixava um amigo na mão e ainda bradava, “se não der mais conta da tua mulher, manda pra mim que eu trato bem”. E fizera questão de ajudar um punhado de amigos cujas mulheres se diziam insatisfeitas. Dizia sempre que o remédio que ele tinha para problemas conjugais era tiro e queda, mais tiro do que queda, ou vice-versa.
Acontece que em uma ocasião alheia à qualquer outra, apareceu um anjo em sua vida. Morena, pele macia, as coxas mais coxas que o Armando tinha visto (e não foram poucas que ele vira). Tudo nela era alvo do tesão mais obsceno que Armando experimentara na vida.
Alessandra era o nome. A-les-san-dra, ele pronunciava devagar, sempre que ela resolvia dar o ar de sua graça. Saboreava cada vogal, cada consoante, cada sílaba, que aquele nome possuía. Até o nome era gostoso de se sentir. Sentia-se tentado. Alessandra era uma espécie de bibelô viciante que Armando tinha adquirido.
Alessandra era a nova relações públicas de empresa e fazia questão de mostrar o quanto era articulada, e o quando seu cargo combinava com ela. Mostrava-se suave no trato com todos, mas principalmente com os homens. Parecia conhecê-los como a palma da mão. Encantava como fosse uma feiticeira. Uma encantadora de homens. Todos diziam: “Alessandra é mulher como não se faz mais”.
Alessandra era mulher como não se fazia mais, de fato. Tinha um “quê” especial, a Alessandra. Quiçá fosse a personalidade forte, aguçada. Mas poucos sabiam que Alessandra estava ali com um simples objetivo, destruir a vida do Armando. Involuntariamente, claro, mas era esse seu destino.
Armando sabia que estava apaixonado, e Alessandra sabia que ele estava apaixonado. Resolveu então mostrar pra ele tudo o que ele precisava saber.
Antes que Alessandra pudesse pensar em alguma atitude, o primeiro bilhete chegou, entregue pelo office boy:
Tudo em ti me fascina. És o sol que está a iluminar minha semana sombria.
Ass: A
Os bilhetes foram chegando diariamente, e Alessandra já descobrira quem era o autor dos feitos.
Certo dia, Alessandra apareceu com seu andar serelepe e o jeitinho fascinante na sala de Armando, que era o gerente de RH da empresa. Olhou-o nos olhos e disse:
-Eu sei.
-Sabe o que?
- O que tu quer comigo.
- Sabe?
- Sim, quer só me comer.
- O que é isso, dona Alessandra.
- Admita. Tu olha pra mim, e pensa em sexo.
- Eu não admito que fale assim comigo.
- Não, admite? Pois agora eu quero que me coma.
- Não farei isso... está bem, eu como.
- Come mesmo?
- Como.
- Viu?! Falei que tu só queria me comer.
- Mas eu não quero. Ia comer só por que tu tava pedindo.
-Ah sim, agora eu sou oferecida.
-Não é isso. Mas tu pediu.
Alessandra pulou no colo de Armando e ali os dois se amaram, fervorosa e alucinantemente. Desde aquele dia, quando se encontravam havia sempre um olhar despudorado, carnal. Era como se despertasse em cada um dos dois o erotismo americano. Como se acendesse nos interior deles a chama do sexo sádico.
Continua...
segunda-feira, 8 de março de 2010
Quem entende?
A Guerra dos Farrapos teve como personagem principal Bento Gonçalves. Não sou um profundo entendedor do assunto, porém, gosto e tenho algum pouco embasamento para comentar sobre. Bento era um revolucionário que segundo alguns não acreditava na revolução. Muitas teorias – e há teoria sobre tudo, chego a pensar que algumas pessoas dizem que o bolo de chocolate é feito com baunilha – dizem que Bento era um capitalista, mesmo naquela época. Dizem que o interesse era todo monetário e que não tinha nada de “sangue gaúcho nos olhos”.
Não acredito nisso, vou morrer acreditando que Bento era um lutador, um guerreiro e alguém que deixou herança e legado a todo o povo do sul. Somos lembrados como rudes por uma justa causa. Ninguém fez o que fizemos, ninguém teimou contra um império, ninguém lutou contra milhões com mil. Esse é o sul. É o sul que perdeu no último sábado, um de seus maiores compositores, o tradicionalista, Leonardo.
Que escutem: “é o meu Rio Grande do Sul, céu, sol, sul, terra e cor. Onde tudo que se planta cresce e o que mais floresce é o amor”, e lembrem-se de Bento Gonçalves e de Leonardo. Mas não se esqueçam que mais gente está por trás disso. Anita Garibaldi, por exemplo.
Anita não está por trás de conspirações nem teorias. É unanime, foi uma guerreira. A mulher por trás dos homens – mais por trás de Josepi Garbiladi que dos outros -, mas uma nobre de alma e uma selvagem de coração.
Reza a lenda que mulheres estiveram por trás de inúmeras guerras e conflitos. Há teorias – o chocolate e a baunilha – dizendo que em quase 100% das guerras houve participação de mulheres. Em algumas épocas, era comum que elas se travestissem de homens e enfrentassem de igual para igual os munidos de testículos. Com uma vantagem que tinham, ninguém as entende.
Já tentei entender mulheres, mas a única coisa que entendi tentando entende-las, é que não há como. É impossível saber quando uma mulher está satisfeita – sim, incluo o sexo nessa história – e é mais impossível ainda saber se está agradando-a. Nós homens, somos menos exigentes, nos basta cerveja, sexo e futebol e estamos felizes. Mulher não. Pra elas tudo sempre poderia ser melhor.
Se tomamos cerveja, poderia ser champagne, se damos chocolate de presente, poderia ser um urso de pelúcia. Se damos carinho, preferem os cretinos, se somos cretinos, gostam de carinho. Não entendo e já parei de tentar entender.
O que é certo é que nós (homens) não vivemos sem elas. Não nasceríamos sem elas, e não teríamos nada não fossem elas. Algumas delas já me fisgaram. Outra já reclamaram de mim. Algumas até já se apaixonaram por mim, mas tenho a plena convicção que para elas, eu sempre poderia ter sido melhor. Talvez devesse ter sido melhor. Ou talvez devesse ter sido diferente. Quem sabe as mulheres nunca estão satisfeitas por que nós nunca estamos a altura delas. Há de se pensar nisso.
O que há de mais concreto é que há um dia específico para mulher, quando todos sabemos que todos os dias são delas. Feliz Dia Internacional da Mulher, não as entendo, mas as parabenizo da mesma forma. Quem sabe no dia que entendermos as mulheres, entenderemos também a titularidade do Ferdinando no Grêmio e a não convocação do Ronaldinho Gaúcho na Seleção.
Não acredito nisso, vou morrer acreditando que Bento era um lutador, um guerreiro e alguém que deixou herança e legado a todo o povo do sul. Somos lembrados como rudes por uma justa causa. Ninguém fez o que fizemos, ninguém teimou contra um império, ninguém lutou contra milhões com mil. Esse é o sul. É o sul que perdeu no último sábado, um de seus maiores compositores, o tradicionalista, Leonardo.
Que escutem: “é o meu Rio Grande do Sul, céu, sol, sul, terra e cor. Onde tudo que se planta cresce e o que mais floresce é o amor”, e lembrem-se de Bento Gonçalves e de Leonardo. Mas não se esqueçam que mais gente está por trás disso. Anita Garibaldi, por exemplo.
Anita não está por trás de conspirações nem teorias. É unanime, foi uma guerreira. A mulher por trás dos homens – mais por trás de Josepi Garbiladi que dos outros -, mas uma nobre de alma e uma selvagem de coração.
Reza a lenda que mulheres estiveram por trás de inúmeras guerras e conflitos. Há teorias – o chocolate e a baunilha – dizendo que em quase 100% das guerras houve participação de mulheres. Em algumas épocas, era comum que elas se travestissem de homens e enfrentassem de igual para igual os munidos de testículos. Com uma vantagem que tinham, ninguém as entende.
Já tentei entender mulheres, mas a única coisa que entendi tentando entende-las, é que não há como. É impossível saber quando uma mulher está satisfeita – sim, incluo o sexo nessa história – e é mais impossível ainda saber se está agradando-a. Nós homens, somos menos exigentes, nos basta cerveja, sexo e futebol e estamos felizes. Mulher não. Pra elas tudo sempre poderia ser melhor.
Se tomamos cerveja, poderia ser champagne, se damos chocolate de presente, poderia ser um urso de pelúcia. Se damos carinho, preferem os cretinos, se somos cretinos, gostam de carinho. Não entendo e já parei de tentar entender.
O que é certo é que nós (homens) não vivemos sem elas. Não nasceríamos sem elas, e não teríamos nada não fossem elas. Algumas delas já me fisgaram. Outra já reclamaram de mim. Algumas até já se apaixonaram por mim, mas tenho a plena convicção que para elas, eu sempre poderia ter sido melhor. Talvez devesse ter sido melhor. Ou talvez devesse ter sido diferente. Quem sabe as mulheres nunca estão satisfeitas por que nós nunca estamos a altura delas. Há de se pensar nisso.
O que há de mais concreto é que há um dia específico para mulher, quando todos sabemos que todos os dias são delas. Feliz Dia Internacional da Mulher, não as entendo, mas as parabenizo da mesma forma. Quem sabe no dia que entendermos as mulheres, entenderemos também a titularidade do Ferdinando no Grêmio e a não convocação do Ronaldinho Gaúcho na Seleção.
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